Revisitar o Egipto em imagens e sons

Após mais de 4 meses sem regressar às imagens e sons do Egipto decidi coligir algum do meu material sob a forma de slideshow. Para todos quantos sintam saudades de viajar pelo Egipto aqui segue a minha contribuição.

http://homepage.mac.com/mariacerdeira/Egypt/index.html

Ponto e virgula

Recuso-me a encerrar o capítulo do Egipto na minha história de vida. Este último post, antes de regressar a Portugal, é assim, por oposição ao ponto final, apenas um ponto e vírgula.

Invisibilidade

Hoje fui premiada com o meu mais profundo desejo enquanto fotógrafa - a invisibildade do anonimato. Pela primeira vez passei pelos comerciantes da praça Talaat harb e, pela última vez, recolhi em paz à "Pension Vienna".

Deixar a ilha

Agora que possuo uma vivência do Egipto, tão diferente das abordagens turísticas, custa-me partir. Fui cativada pela generosidade de algumas pessoas que aqui conheci e que tiveram a amabilidade de comigo partilhar os seus sonhos.

Gezira

Fui, pela segunda vez, ver o filme egípcio "Gezira" (Ilha) e apercebi-me que, sendo tão difícil para um egípcio sair do seu país, sobretudo dada a sua fraca capacidade financeira e dificuldade em obter visas para qualquer destino, o Egipto se transformou numa ilha rodeada de deserto.

Contagem decrescente

Restam-me apenas cerca de 36 horas no Egipto e sonho já com o regresso a este país que tanto me encanta.
Para hoje guardei duas pérolas - regressar durante a tarde à zona de Mar Girgis, onde se encontram as ruínas da antiga fortaleza de Babilónia e um vasto conjunto de igrejas coptas fundadas pelos Cristãos Egípcios, e logo à noite assitir ao espectáculo de dança oriental de Joana Saahira que hoje actua com a sua orquestra no "Pharaos Nile Boat".

Pausa merecida

Depois de uma semana muito cansativa faço hoje uma pausa bem merecida. Planeio passear durante toda a tarde em Zamalek e ao final do dia beber um revigorante chá na livaria Diwan.

Ceu de areia

No Sinai, a meio da estrada nacional 32, o céu espelha as dunas de areia.

Canal de Suez

Com a ajuda de Mohamed, meu motorista nos últomos dois dias, percorri cerca de 500 Km em torno do Canal de Suez. No meu itinerário pontuaram paragens nas cidades de Suez, Ismailia e finalmente Port Said onde chegamos já de noite.
Pelo caminho ficaram muitas horas de estrada e a inesperada aventura de uma pequena incursão no deserto do Sinai onde presenciamos uma tempestade de areia. Nada de muito preocupante ou invulgar caso não tivessemos passado por cinco postos de controle de identidade e eu não estivesse sem passaporte...

Ceu do Cairo

Mustapha não compreende porque passo tanto tempo a fotografar o céu e eu, sem palavras, deixo as imagens falar por si.

A arvore

Nunca havia reparado o quão arborizada era Mirit Basha até Mustapha ter combinado comigo uma certa árvore da rua como ponto de encontro para o dia seguinte.
A árvore escolhida, retorcida no canteiro manifestamente pequeno para as suas necessidades, já não é apenas mais um velho tronco enegrecido pela fecunda poluição da baixa Cairota mas sim aquela a quem sempre sorrio cada vez que atravesso a estrada a caminho do Museu Egípcio.

Acesso a net

Ontem, depois de várias tentativas falhadas de acesso à internet, desconfiei e resolvi ir verificar o router da "Pension Vienna". Para meu espanto alguém havia desligado o cabo ethernet que ligava o modem ao router impedindo assim o acesso wireless. Este hotel pode realmente ser um espelunca mas pelo menos poupa-me o esforço diário de deslocação a um cibercafé já para não falar na fortuna que gastaria para fazer o upload das minha imagens

Cansaço nocturno

São 6 da manhã, hora local, e acabo de acordar meio torpe em cima da minha máquina fotográfica e respectivos cartões de memória. Por sorte nenhum dos cartões se encontra danificado e a máquina parece também operacional. Recordo-me vagamente de ter retirado o computador de cima da cama a meio da noite mas imagino que, com tanto cansaço, o restante material se tenha invisibilizado. Sei agora bem como anda a minha resistência física...

Lago Qarum

Os dias no lago Qarun passam com a mesma tranquilidade das suas águas. Quando rememorado daqui, o Cairo, apenas a 100 km, parece ficar num outro país.

A intensidade dos dias

Suponho que seja sempre assim, à medida que os dias passam e data de regresso se aproxima as vivências vão ficando mais intensas, mais próximas do real, tão mais ricas porque vividas agora à luz dos afectos. Foi assim na Índia e é o agora também no Egipto. Este país fascina-me pelo grandioso passado, pelo complexo presente e pelo futuro que em projectos como o hospital 57357 se começa já a vislumbrar.
Passo os dias a fotografar e a fazer apontamentos nos meus moleskines e as noites revelam-se curtas demais para pôr tudo em ordem. Ontem, por exemplo, adormeci sentada na cama do meu quarto, de ibook ao colo.
A viagem atinge agora uma velocidade alucinante, resta-me respirar fundo e compreender que o Egipto não se pode vivenciar unicamente num mês.

Faium III

Faium II

Felicidade em Faium

Não param de me acontecer coisas inesperadamente belas e estou muito grata por isso. Hoje sinto-me muito feliz e aproveito para adiar as palavras. Publico apenas as paradisíacas imagens de Faium e da manifesta tranquilidade com que fui agraciada ontem.

Ruina dourada

O Egipto é uma bela ruína dourada. E mais não digo que o cansaço aperta e amanhã o despertar é muito cedo...

Unidos contra o Cancro

Um legado ao mundo

Como previsto regressei hoje ao "57357 Children Cancer Hospital Egypt", um projecto extraordinário revelador de um novo Egipto.
A funcionar desde Julho de 2007, o CCH 57357 foi totalmente subsiado através de donativos e é uma unidade de saúde de excelência, absolutamente gratuita para todos os seus utentes independentemente da sua raça, religião ou estatuto social. O hospital aceita crianças e jovens até aos 18 anos e o único requisito para a admissão é não terem iniciado tratamento oncológico em nenhuma outra instituição.

Chuva no Cairo

Hoje choveu durante toda a tarde no Cairo e atravessar a rua tornou-se ainda mais impraticável. Numa cidade onde o trânsito é caótico e os peões nunca tem prioridade é já bastante difícil fazer slalon entre os carros, mesmo com o piso seco. Dizem os Cairotas que a única solução para atravessar a estrada é erguer os olhos para o céu, rezar a Alá e, sem pensar, fechar os olhos e avançar pelo meio do trânsito.
Quando chove, mais uma variável se junta à equação - além do grande número de carros passa também a ser necessário desviarmo-nos das enormes poças de água. É que aqui, em dias de chuva, a maior ameaça da água vem mesmo do chão...

Imagens de Assuao IV