Como combinado Mahomed esperava-me com a sua égua Karamela, às 9 horas da manhã, à porta do hotel Windsor Palace. Na véspera havíamos acordado um preço justo para um percurso de três horas aos locais mais emblemáticos de Alexandria e ele, pontualmente, lá estava.
Mahomed, natural do Alto Egipto, 60 anos - 35 dos quais passados às rédeas da sua charrete – é, à imagem de muitos outros Egípcios, um bom negociante. O Egipto pode revelar-se um país difícil para todos os viajantes que, tal como eu, tem dificuldade em dizer não ou sistematicamente negociar preços. Viver aqui, ainda que apenas durante um mês, obrigar-me-à a crescer e a desenvolver capacidades que não me são inatas.
Num percurso enlameado, realizado sob uma chuva intensa e miudinha, o meu condutor vai aludindo a todos os locais e monumentos que pensa poderem interessar-me. Leva-me em primeiro lugar à moderna Biblioteca Alexandrina, que mostra com respeito, e segue depois, em contra-mão, para o anfiteatro romano. Eu acompanho-o, silenciosa, compenetrada em me orientar através do mapa obtido junto do posto de turismo local, enquanto gravo os sons da rua.
Rapidamente me apercebo que três dias em Alexandria serão manifestamente insuficientes para fruir tudo quanto desejaria.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Como é bom aprender, tornamo-nos mais forte e mais sensíveis ao mesmo tempo, descobrimos aquelas coisas que em nos não existe, mas que no fundo também estão lá. Na verdade, embora todos diferentes, somos todos tão iguais. Cada um tem a sua realidade, o seu mundo, o seu palco... o seu olhar... e que belo olhar o teu.
Enviar um comentário